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Bolão do Vice: odd superturbinada do blog é mulher, negra e do PCdoB

Bolão do Vice: odd superturbinada do blog é mulher, negra e do PCdoB

Este é apenas um palpite; favoritismo continua com a secretária estadual de Assistência e Desenvolvimento Social, Fabya Reis (PT)

Por Evilásio Júnior

24/01/2024 às 08:00

Atualizado em 24/01/2024 às 08:00

Foto: Mateus Pereira/GOVBA

Apesar de todo o favoritismo que recai sobre a secretária estadual de Assistência e Desenvolvimento Social, Fabya Reis (PT), para ser a vice na chapa encabeçada pelo vice-governador Geraldo Júnior (MDB), na disputa pela Prefeitura de Salvador, este blog observou um movimento curioso em torno de uma pessoa ainda não mencionada nem pelos políticos e muito menos pela imprensa.

Fabya é do PT, se destaca na atuação social e é esposa de uma figura importante nacionalmente pelo partido, o deputado federal Valmir Assunção, liderança do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e amigo pessoal do presidente Lula.

A escolha da titular da Seades poderia amenizar o clima de tensão e cobrança que tem tomado conta do partido. Palavras como "não me representa", "traição", "palhaçada", "o partido está rachado" e "melhor o PT não se meter nisso" foram relatadas por figuras políticas importantes do espectro de esquerda. Faz sentido ser ela.

No entanto, justamente no ponto de "melhor o PT não se meter", muitas sugestões foram de que a escolha deveria ser de "alguém do PSB ou PCdoB". Entre os socialistas o nome citado foi o da deputada estadual Fabíola Mansur, que já tinha sido candidata majoritária ao lado da Major Denice em 2020, mas "é branca". Reticências tomaram conta das possibilidades comunistas... "Olívia desistiu, né?", "Olívia não quer"... Um nome sequer foi pronunciado. Mas o pré-requisito de mulher, negra e de um partido de esquerda foi praticamente consenso, inclusive entre os membros de siglas de centro.

Eis que tomado pela curiosidade de enxergar "quem poderia ser?", uma figura alta, imponente e indumentada como se fosse a própria rainha do Pelourinho chamou a atenção. Em todas as portas e janelas em que a dupla Jerônimo-Geraldo bateu entre a Escola do Olodum e o Largo Tereza Batista, seja com Dadá ou com as filhas de Alaíde do Feijão, lá estava ela, na comissão de frente. Fabya não estava no trajeto.

Outra curiosidade é que apenas ela e o deputado estadual Robinson Almeida, pré-candidato preterido pelo conselho político, se recusaram a participar do "Bolão do Vice". O motivo do petista é óbvio, o dela colocou um carrapato atrás da orelha.

Já que a enquete era uma espécie de aposta, obviamente o palpite mais certeiro é mesmo Fabya, mas paga pouco. Diante do cenário, se houvesse uma ficha de sobra para tentar acertar em uma "odd turbinada", a melhor sugestão seria a socióloga e ativista Ângela Guimarães.

Secretária estadual de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais da Bahia, ela é presidente nacional da União de Negros pela Igualdade (Unegro). Apesar de jovem (42 anos), a chefe da Sepromi já comandou o Conselho Nacional da Juventude (Conjuve) e foi secretária-adjunta da Secretaria Nacional de Juventude (SNJ) no governo Dilma Rousseff. 

Ah, mas vai ter quem diga que ela não se envolve na política partidária. Ao contrário. Ângela é filiada ao PCdoB e, inclusive, foi candidata a vereadora na última eleição. Obteve 1.648 votos. Não se elegeu. Pode não ter a melhor densidade eleitoral, mas é uma novidade. Renovação capaz de dirimir as querelas com as agremiações de esquerda que compõem o governo e de discutir com propriedade as demandas da população preta soteropolitana.

Certamente, é a primeira vez que o nome dela aparece no debate. Não é uma informação. Não há apuração a respeito. O que há é uma observação, uma análise semiótica do quadro e um palpite. Pode ser reflexo da miopia de quem ficou três anos absorto em terras paulistas. Pode ser feeling. Enfim, observemos as próximas pinceladas.