Único deputado estadual pelo PSOL na Bahia, Hilton Coelho contrariou o posicionamento do presidente do seu partido, Ronaldo Mansur, que defendeu a lealdade da candidatura de Humberto Neto (Rede) à campanha de Kléber Rosa, postulante a prefeito de Salvador do grupo.

Na avaliação do parlamentar, não apenas o vídeo em que uma liderança do Nordeste de Amaralina faz explicitamente campanha para o integrante da federação e, também, para o postulante à reeleição, Bruno Reis (União Brasil), mas os próprios métodos do empresário não condizem com a postura dos partidos de esquerda.

"Eu quero saber onde é que Humberto Neto está arrumando tanto dinheiro. A cidade está cheia de coisa dele. Muito material e muita gente envolvida nessa campanha. A gente fica mesmo se perguntando, como é que isso está acontecendo? Para nós, isso não é uma candidatura de esquerda. São métodos estranhos, assim como é estranhíssima essa posição do prefeito Bruno Reis", questionou Hilton, em entrevista ao programa Fora do Plenário, da Rádio Salvador FM.

Segundo o deputado, que já integrou a Câmara Municipal de Salvador, é comum a prática de aliados do prefeito travestidos de oposição na Casa. Ele teme que o representante da Rede ocupe o espaço de um legislador efetivamente contrário à gestão.

"A Câmara está cheia de vereador que diz que é de oposição e depois vende voto. Eu não vou citar nomes, mas a minha experiência como vereador foi isso, de pessoas que se colocavam formalmente como oposição e não mantinham isso na prática. Será que Bruno Reis está fazendo esse investimento? Agora é uma pergunta para que a Rede responda. Eu, sinceramente, tenho vergonha dessa candidatura", protestou.

Até o momento, conforme o sistema de candidaturas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Humberto Neto já arrecadou R$ 142,1 mil, dos quais R$ 50 mil da Rede Sustentabilidade, via fundo partidário, e R$ 18 mil dele mesmo.

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