Em meio ao fortalecimento do debate ambiental na pré-campanha entre os prefeituráveis de Salvador, o vereador Luiz Carlos Suíca (PT) pediu uma atenção especial aos terreiros instalados na capital baiana.

O petista é o presidente da Comissão de Reparação na Câmara Municipal e destacou que, embora os espaços destinados aos cultos de matriz africana tenham uma contribuição ancestral para a preservação da natureza, muitos políticos apenas se oportunizam do simbolismo em período eleitoral.

"Bom, eu acho que essa questão ambiental é muito importante e ela tem que ser imediata, porque o problema no Rio Grande do Sul deixou transparente o que é você não cuidar do meio-ambiente. Para nós, a religião de matriz africana é fundamental para a gente tratar disso, porque é através das matas que a gente faz as nossas oferendas aos nossos cultos, aos nossos orixás. Os terreiros precisam de políticas públicas, de reforma, de encostas e de um certo cuidado do poder público, mas isso pouco se discute. Geralmente nas campanhas, os candidatos a prefeitos, a governador, vão nos terreiros para tirar foto e depois desaparecem. Então, eu acho que esse debate é fundamental. Não só utilizar o povo de santo em suas fotografias", criticou o edil, em entrevista ao Blog do Vila, da Rádio Salvador FM, ao destacar a Cachoeira de Oxum, no Parque São Bartolomeu, como exemplo de "lugar sagrado de culto que precisa de cuidado".

No último dia 3 de maio, o vereador realizou uma audiência pública no Centro de Cultura da CMS para "promover, proteger e valorizar a cultura afro-brasileira". "Eu acho que o povo de santo, o nosso povo, precisa fazer um levante e verdadeiramente fazer um debate político em relação a isso. Então, essa audiência pública tem dado aí outra dinâmica. O próprio prefeito [Bruno Reis] agora lançou um projeto de regularização fundiária e reforma em alguns terreiros. A partir da audiência pública, o terreiro de Castelo Branco já vai ter um cuidado com a encosta que lá caiu", exemplificou Suíca.

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