Militantes da corrente Articulação de Esquerda do Partido dos Trabalhadores de Salvador ingressaram com um recurso junto ao Diretório Nacional do partido, em que pedem a adoção de "medida cautelar para determinar que, imediatamente, a Executiva Municipal do PT em Salvador suspenda toda e qualquer participação na candidatura de Geraldo Júnior (MDB)" à Prefeitura de Salvador. Pede ainda que a sigla se "abstenha de emitir qualquer posicionamento público de apoio a referida candidatura".

O documento, ao qual o Portal Salvador FM teve acesso, é assinado pelos militantes Maria Maranhão, Cristiano José Rocha Cabral e Rodrigo Pereira, que disputou a indicação de pré-candidatura à Prefeitura de Salvador e foi derrotado internamente pelo deputado estadual Robinson Almeida.

A justificativa é a de que a direção municipal da legenda, com a decisão pelo apoio ao emedebista, "surpreendeu" seus filiados e desrespeitou a "democracia partidária e as regras definidas pelo Diretório Nacional acerca dos procedimentos a serem adotados para definição da tática eleitoral". O texto ataca diretamente a liderança dos últimos três governadores da Bahia.

"O anúncio público, pela Executiva Municipal do PT-Salvador, em 27/12/2023, de que irá apoiar a candidatura de Geraldo Júnior (MDB), ofende, flagrantemente, a decisão do Diretório Municipal de candidatura própria, bem como as regras estabelecidas por este Diretório Nacional. Ademais, atribui, erroneamente, aos filiados Jerônimo Rodrigues, Jaques Wagner e Rui Costa uma tarefa que compete às instâncias partidárias", diz trecho do recurso.

Em entrevista ao Portal, o próprio Rodrigo Pereira afirmou que o PT não reconhece o Conselho Político do Governo do Estado como instância do partido. "Ele é uma instância do governo, que o governador utiliza para seja o que for, ele enquanto governador. Mas ele não pode [tomar decisões partidárias]. Se outros partidos atuam dessa forma, o PT não é assim. O PT tem regras e o que nós estamos refletindo é isso. Nós estamos pedindo que a legalidade do processo seja estabelecida, porque o PT declarar apoio a Geraldinho sem passar pelas instâncias, sem passar pelo encontro de tática eleitoral, é ilegal", definiu o petista.

Coincidentemente, ou não, no evento de assinatura da criação do Parque Tecnológico Aeroespecial da Bahia, nesta quinta-feira (18), em Salvador, o presidente Lula não afagou e sequer citou o nome do vice-governador, que utilizou suas próprias redes sociais para tentar se vincular ao líder petista. Geraldo Júnior também não teve direito a fala na cerimônia.

Confira a íntegra do documento aqui.

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