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Marta Rodrigues revela ainda ter medo, mesmo com prisão de mandantes da morte de Marielle

Marta Rodrigues revela ainda ter medo, mesmo com prisão de mandantes da morte de Marielle

Vereadora defende discussão e visibilidade da Lei 14.192/21, que criminaliza a violência política de gênero

Por Evilásio Júnior

26/03/2024 às 06:00

Atualizado em 26/03/2024 às 06:00

Foto: Evilásio Júnior

A 1ª vice-líder da oposição na Câmara de Salvador, Marta Rodrigues (PT), avaliou a prisão dos acusados de serem os mandantes do crime contra a vereadora carioca Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes como "um avanço para a democracia", mas admitiu que, enquanto mulher e militante de esquerda, ainda tem medo de ser vítima de violência pela sua atuação política.

Segundo a petista, a sociedade precisa discutir e dar visibilidade à Lei 14.192/21, que criminaliza a violência política de gênero, "para não acontecer o mesmo que aconteceu com Marielle".

"Então é sobre isso que a gente precisa também falar. E essa lei que foi aprovada em 2021 é uma lei importante, porque a gente precisa dar visibilidade ao que é a violência política de gênero. A gente sofre uma violência sutil nesses espaços. Não dá para a gente conviver mais, em pleno século XXI, com tamanha violência. Olha de onde os irmãos [Brazão] estavam vindo, para mandar executar uma vereadora. Isso é muita covardia e essa violência não pode perpetuar. A gente precisa galgar outros passos, porque a cada eleição a gente vê vários tipos de violência, tanto nas redes sociais, quanto fisicamente. De a gente passar na rua e alguém apontar o dedo e xingar. Agora, a gente não pode também se intimidar de fazer o debate, de ir para cima. A gente não pode recuar, porque se a gente recuar é pior", declarou a vereadora, em entrevista ao Blog do Vila, do Portal Salvador FM, ao citar a fala da trabalhadora rural e sindicalista Margarida Alves, também assassinada na Paraíba, em 1983. 
 
Para Marta, Marielle é uma fonte de inspiração para não deixar a luta por uma sociedade melhor arrefecer. "Marielle foi uma semente crioula, que é aquela boa semente, que não vem com agrotóxico. Essa semente dela está germinando e está florindo para a gente dar conta e dizer que nós não vamos aceitar", finalizou.