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Dirigentes do União traçam 'chapa dos sonhos' de Neto com Cocá, Samuel Jr. e Roma, mas não descartam Coronel
Dirigentes do União traçam 'chapa dos sonhos' de Neto com Cocá, Samuel Jr. e Roma, mas não descartam Coronel
Aliados descartam ex-prefeito de Salvador fora da disputa pelo Estado e calculam reforço nacional com possível candidatura do governador de São Paulo Tarcísio Gomes de Freitas (REP); confira os detalhes na Coluna Careca de Saber
Por Evilásio Júnior
18/04/2025 às 12:54
Atualizado em 18/04/2025 às 16:07

Foto: Divulgação
Aliados do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, apostam que nem mesmo a operação Overclean, que tem arranhado figuras próximas ao vice-presidente nacional do União Brasil e as deixado com as orelhas em pé, vai retirá-lo da próxima disputa pelo Governo da Bahia.
Lideranças da cúpula do partido ouvidas pelo Blog do Vila acreditam que a configuração nacional fará dele o "candidato favorito" na próxima eleição estadual, sem qualquer chance de substituição do nome, por exemplo, pelo atual gestor soteropolitano Bruno Reis.
A conta do favoritismo, dizem eles, passa pelo convencimento para o atual chefe do Executivo paulista, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), ser o principal postulante a presidente da República da oposição a Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Nos cálculos dos correligionários, ao contrário do último pleito, quando a campanha nacional favoreceu a vitória de Jerônimo Rodrigues (PT), em 2026 Neto larga com vantagem.
"Apesar de toda a impulsão de Lula, em 2022, Neto ainda conseguiu 47,5% dos votos, a maioria deles com Lula e não com Bolsonaro. Agora, teremos Tarcísio aclamado pela centro-direita. Tarcísio perde na Bahia, mas não terá o mesmo impacto negativo de [Jair] Bolsonaro. Jerônimo não poderá mais se esconder, porque, em 2022, ficou escondido e tratou a campanha como se ele fosse Lula. Federalizou a eleição. Com o desgaste do PT, a economia que não anda e não melhora a vida do povo, bem como a incompetência de Jerônimo, sobretudo na Segurança Pública, Neto será o futuro governador da Bahia", argumentou um dirigente.
Impacto nacional na Bahia
A estratégia oposicionista, conforme as fontes ouvidas pelo Blog do Vila, passa por Tarcísio fazer a montagem do palanque de ACM Neto na Bahia, como forma de fortalecer a conquista de votos no Nordeste, e diminuir a resistência do eleitorado, tradicionalmente ligado à esquerda na região.
Para tanto, além de incrementar o terceiro maior colégio eleitoral do país, a definição do candidato a vice pretende reforçar o mesmo objetivo.
De acordo com uma liderança nacional, a própria federação entre PP e União Brasil será efetivada, principalmente para que o senador pelo Piauí e presidente nacional progressista, Ciro Nogueira, seja o companheiro de chapa do governador paulista.
A articulação contaria com a participação direta de PSD, por meio do ex-ministro Gilberto Kassab, e MDB, com o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, o que poderia gerar, inclusive, impactos estaduais.
"Você acha que o jogo de [Angelo] Coronel não é combinado com Otto [Alencar]? Eles estão tensionando e, a depender do cenário, também desembarcam. Otto não será mais candidato depois de encerrar o mandato no Senado e até Otto Filho deve ser indicado para a vaga de Antônio Honorato no Tribunal de Contas [do Estado]. Não sei se vai para a reeleição. Os Vieira Lima vão ter que aceitar o que for decidido pela nacional", argumentou um integrante da cúpula do União.
Chapa dos sonhos
Os aliados de Neto afirmam que a "chapa dos sonhos" já está em montagem e contaria com o prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP), na vice. Reeleito com o maior índice de aprovação do país em 2024 (91,97%), além da popularidade, o ex-deputado estadual tem força na estratégica região sudoeste da Bahia e é cortejado pelo próprio Jerônimo.
"Cocá não vai para o governo. Eles estão tentando, mas não vão conseguir. Ele está fechado com o nosso grupo. E outra coisa, o PP já é nosso, não há dúvida", arriscou outro dirigente do União.
Para o Senado, os principais palpites seriam o deputado estadual Samuel Júnior (REP) e o presidente estadual do PL, João Roma, mas uma possível chegada do senador Angelo Coronel (PSD) no grupo pode mudar o jogo.
"Não acredito que Márcio Marinho vai topar. Ele quer ser candidato à reeleição de deputado federal. Samuel é um ótimo nome: evangélico, negro e é da Assembleia de Deus, que tem trânsito com todo o segmento evangélico, mais até que a Universal. Sobre Roma, que bom que ele tem se reaproximado de Neto. Não tenho dúvida de que estará conosco. Agora, se o PSD vier, Coronel tem vaga cativa e deve ser ele e Roma no Senado", considerou.
Indagado sobre a possibilidade de rusgas com tucanos e pedetistas, o dirigente argumentou que haverá "zero prejuízo para Neto": "Veja, o PSDB deixará de existir. Vai fundir com o Podemos e federar com o Solidariede. O PSDB só é grande em Salvador e o PDT vai marchar com Jerônimo", cravou, ao apontar a possibilidade de negociação para a suplência do Senado com tucanos e agregados.
Sobre a situação de possíveis insatisfeitos com as mudanças de lado, sejam do PP ou mesmo do PDT – leia-se Leo Prates, Émerson Penalva e Ana Paula Matos –, o netista garantiu que os parlamentares e a vice-prefeita trocarão de partido e que os demais "cada um procure seu rumo".
Marcinho Oliveira será expulso
Outro assunto a ser discutido pela cúpula do União Brasil já na próxima semana é o processo de expulsão do deputado estadual Marcinho Oliveira, acusado de ser aliado do governador Jerônimo Rodrigues na Assembleia Legislativa.
Embora publicamente a maioria não queira se pronunciar, reservadamente alguns dirigentes admitem que a permanência do parlamentar é improvável.
"Ele vai ser expulso. Ele vai ter direito à defesa, vai ser aberto o prazo para se manifestar e depois o partido toma a decisão. A gente já sabe que o argumento será o alinhamento nacional [O União mantém três ministérios no governo Lula], mas não será aceito porque o jogo é aqui", enfatizou um integrante da direção estadual.
O deputado federal e presidente estadual do UB, Paulo Azi, já tinha informado ao blog que tomará par da situação depois do feriado da Páscoa.