Apesar da expectativa dos vereadores de Salvador, que falam em até cinco legisladores secretários na próxima gestão do prefeito Bruno Reis (União Brasil), a tendência é de que apenas dois sejam convocados a integrar o primeiro escalão em 2025.

O Blog do Vila apurou que os nomes mais fortes para compor a equipe são o atual líder do governo na Câmara, Kiki Bispo (UB), e Luiz Carlos (Republicanos). Ambos fizeram parte do primeiro mandato do gestor e são cotados exatamente para retornarem às pastas municipais de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre) e de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra).

Com o movimento, seriam beneficiados os suplentes Orlando Palhinha (UB) e Beca (REP), que devem assumir uma cadeira na CMS a partir de janeiro de 2025. 

O primeiro, inclusive, recebeu de presente de aniversário, quando completou 63 anos nesta segunda-feira (28), um telefonema do prefeito com a garantia de que "sua vida será resolvida na próxima semana".

PSDB deve ficar com Educação

Uma das pastas mais disputadas no pós eleição, a Educação deve mesmo ficar sob a tutela tucana. 

Apesar da campanha "Fica, Thiago [Dantas]" promovida pela vereadora Roberta Caires (PDT), a tendência, segundo interlocutores do PSDB ouvidos pelo blog, é de que o acordo com o prefeito Bruno Reis seja cumprido.

Um tucano de alta patente chegou a declarar não ter dúvida de que o pacto será respeitado, porque o gestor "jamais iria se comprometer" para depois "faltar com a palavra".  

O nome escolhido pelo partido comandado na Bahia pelo deputado federal Adolfo Viana é o do seu pupilo e atual titular de Gestão (Semge), Rodrigo Alves.

Sem vereador da sigla no primeiro escalão, outra fonte garante que não houve compromisso, nem nada foi conversado para a subida do primeiro suplente Felipe Lucas.

Uma reunião entre o presidente da Câmara, Carlos Muniz, e o prefeito está prevista para acontecer nos primeiros dias de novembro, a fim de bater o martelo sobre a "devolução" da Smed.

Marcelle diz 'não' e União aciona 'modo de segurança' 

Dada como uma das possibilidades para a arrumação dos suplentes do União Brasil, a vereadora Marcelle Moraes não quer voltar à Secretaria de Sustentabilidade, Resiliência e Proteção Animal.

Aos seus pares, ela já avisou que, como será candidata a deputada estadual em 2026, o trabalho na Secis "prende" a sua atuação política e que, quando esteve no cargo, "fez muita coisa, mas sofreu desgaste".

Uma hipótese é a manutenção de Ivan Euler, ex-subsecretário e diretor nos anos de André Fraga (PV). Por falar no edil verde, ele ainda tem bastante influência na pasta e tem preferência pela permanência do atual titular.

Para os demais postos, como Claudio Tinoco também acha mais confortável ficar na Câmara para disputar uma vaga na Assembleia Legislativa e Duda Sanches "pediu alto" para virar secretário, a aposta é o partido apenas devolver a Sempre a Kiki.

Ou seja, se por um lado Palhinha vai sentar na cadeira, por outro Cátia Rodrigues terá que aguardar a próxima música.

Fator Flávio Matos

Outro nó a ser desatado pelo União Brasil é o "fator Flávio Matos". 

Apesar da derrota do presidente da Câmara de Camaçari por apenas 2.902 votos na disputa contra o prefeito eleito Luiz Caetano (PT), o entendimento de lideranças da legenda é de que o vereador está valorizado internamente.

Entre os palpites, fala-se que ele será aproveitado por Bruno em Salvador ou, sob a batuta do chefe do Executivo soteropolitano, poderá ocupar um cargo de destaque na futura gestão de Débora Régis (UB) em Lauro de Freitas.

PP e PDT ainda com esperanças

Embora o cenário de ida de vereadores para o secretariado no momento não esteja favorável, o PP ainda pressiona o prefeito a alocar George Gordinho da Favela na Limpurb. 

Já o PDT conta com a ida de Roberta Caires para a pasta de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude.

Enquanto o objetivo progressista é garantir um mandato mais longevo a Sandro Bahiense, os pedetistas – sobretudo o deputado federal e presidente municipal da sigla Leo Prates – desejam ter Zilton Netto no Legislativo.

No entanto, em reservado, aliados de Bruno asseguram que, no momento, ele não cogita nenhuma das duas possibilidades. Há quem acredite ser mais viável o aproveitamento do ex-diretor de Proteção Defesa do Consumidor no Executivo.

Câmara e prefeitura darão guarida a não eleitos

Apesar da frustração que a reforma administrativa da prefeitura causará a muitos suplentes, os vereadores não reeleitos ou mesmo os suplentes considerados mais leais a Bruno Reis serão acolhidos.

Nos corredores da Câmara é dado como certo que nomes como os de Átila do Congo (PMB), Isnard Araújo (PL), Leandro Guerrilha (REP), Sabá (DC), Sandro Bahiense (PP) e Felipe Lucas (PSDB) serão contemplados com cargos, seja na prefeitura ou mesmo no Legislativo.

O blog já flagrou algumas vezes a entrada e saída de edis do Palácio Thomé de Souza ou na sala de espera do gabinete do presidente Carlos Muniz.