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Davidson vê 'erro político' em Juazeiro e Itabuna: 'Projeto não pode estar subordinado a interesses pessoais'
Davidson vê 'erro político' em Juazeiro e Itabuna: 'Projeto não pode estar subordinado a interesses pessoais'
Secretário estadual do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, que também é integrante da executiva estadual e coordenador nacional do Grupo de Trabalho Eleitoral do PCdoB, vê risco de derrota sobretudo na cidade do norte baiano
Por Evilásio Júnior
07/08/2024 às 06:00
Atualizado em 07/08/2024 às 06:00
Foto: Ricardo Filho/Setre Bahia
Secretário estadual do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, integrante da executiva estadual e coordenador nacional do Grupo de Trabalho Eleitoral do PCdoB, Davidson Magalhães avaliou que a federação com o PT e o PV está bem articulada na maioria dos municípios do país, mas apontou "graves erros políticos" nas cidades baianas de Juazeiro e Itabuna.
Embora afirme que "alguns conflitos são normais" entre as agremiações, porque o modelo é "uma experiência nova" que obriga instituições diferentes a terem uma "vivência mais longa", o titular da Setre classificou a situação no município do norte do estado como "um caso à parte". Lá, embora a legislação determine o registro de apenas uma candidatura no grupo, dois nomes foram lançados em convenções: o deputado estadual Roberto Carlos (PV) e o ex-prefeito Isaac Carvalho (PT), que está inelegível. Aspirante ao cargo até a semana passada, o parlamentar comunista Zó do Sertão abriu mão da disputa para apoiar Andrei da Caixa (MDB).
"Em Juazeiro, na minha opinião, há um erro político de manter e estar insistindo com Isaac. [...] Um projeto político não pode estar subordinado aos interesses pessoais. [...] Ele não vai conseguir. Vai ser uma candidatura sub judice. Em um quadro desse? Nós já perdemos 100 mil, agora vamos perder a eleição? Então, eu acho que ali terminou se insistindo em um erro político e esse erro pode nos levar a uma derrota na cidade", afirmou Davidson, em entrevista ao programa Fora do Plenário, da Rádio Salvador FM, ao lembrar da eleição em que Isaac conquistou mais de 100 mil votos para a Câmara Federal, mas a Justiça Eleitoral o impediu de tomar posse. Ele foi condenado em 2022 pelo fato de a prefeitura ter pago a conta de energia elétrica dos permissionários do camelódromo de Juazeiro durante a sua gestão.
Na avaliação do secretário, quem se beneficia com o imbróglio é a atual prefeita, Suzana Ramos (PSDB), que vai concorrer à reeleição. "O mais importante era o campo político liderado pelo nosso governador Jerônimo se unir para fazer o enfrentamento. Qualquer um dos outros três candidatos cumpriria essa tarefa. Unindo o grupo não tinha como nós sermos derrotados. Agora, se chegou a um nível de estresse pessoal, de envolvimento nisso, e acho que agora está em uma situação extremamente difícil. A minha opinião pessoal, e a do PCdoB, é que deveríamos buscar uma candidatura que tivesse consenso, que representasse todo esse núcleo, todo esse campo político do governo. Eu acho um absurdo que, mais uma vez, vão ser prejudicadas a esquerda, as forças progressistas e o campo do governo por uma insistência equivocada na manutenção de uma candidatura que está sub judice. Isso aí não vai dar em nada", lamentou.
Segundo Magalhães, situação semelhante também foi verificada em Itabuna, sua terra natal. "Augusto [Castro, PSD] recebeu todo o nosso apoio e o tradicional [petista] Geraldo Simões foi apoiar Pancadinha [SD]. Não tenho nada pessoal contra o Pancadinha. Ele já foi, inclusive, candidato a vereador pelo PCdoB. É uma pessoa legal, meu vizinho, mora no mesmo prédio que eu em Salvador. Não é esse o problema; é o campo que ele representa. Aí o cara [Geraldo] está lá no palanque, de mãos dadas com ACM Neto. As pessoas perderam a noção de campo? Perderam a noção de projeto? Aí não", criticou.
Já na capital, onde o PCdoB registrou apenas 11 postulantes a vereador, contra 16 do PT e 17 do PV, segundo Davidson Magalhães, a questão foi resolvida "tranquilamente": [o número de candidatos] foi muito mais da conveniência de cada partido".
Confira a entrevista na íntegra: