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Solla nega ter protegido Glauber Braga ao se ausentar de sessão no Conselho de Ética, mas revela voto contrário
Solla nega ter protegido Glauber Braga ao se ausentar de sessão no Conselho de Ética, mas revela voto contrário
Deputado do PSOL fluminense pode ser cassado por perseguir, empurrar e expulsar integrante do MBL das dependências do Congresso em abril, após ser provocado, ofendido e ter mãe agredida verbalmente
Por Evilásio Júnior
18/09/2024 às 06:00
Atualizado em 25/09/2024 às 02:01
Foto: Evilásio Júnior
Suplente na Comissão de Ética da Câmara, o deputado federal Jorge Solla (PT-BA) negou ter se ausentado da sessão da última quarta-feira (11) para proteger o colega Glauber Guerra (PSOL-RJ) do processo de quebra de decoro.
Além dele, o seu correligionário baiano Joseildo Ramos também não compareceu aos trabalhos. O único petista presente foi Jilmar Tatto (SP). Apesar da falta dos integrantes do partido, o colegiado aprovou, por 10 votos a dois, o início da investigação por quebra de decoro contra o parlamentar fluminense.
"Deram um golpe esta semana. Uma das facadas mais pesadas que eu tomei na Câmara. Na semana passada, foi divulgado para todos os parlamentares que a presença não seria obrigatória, que as sessões seriam feitas com a presença e a votação remotas. O que aconteceu? Eu fui a Brasília na segunda-feira, acompanhei presencialmente os trabalhos na segunda e na terça. Todas as comissões foram suspensas. O governador Jerônimo [Rodrigues] marcou uma ida a Ubaitaba na quarta à noite para um comício. Como eu fui o deputado federal mais votado da cidade, resolvi que acompanharia na quarta-feira o plenário remotamente, como estava previsto, e votei. A Comissão de Ética foi a única que se reuniu, sem avisar ninguém. Eles juntaram alguns parlamentares em número suficiente para abrir a sessão. Tanto que não fui só eu e Joseildo que faltamos. E olhe que eu sou suplente. Em tese, eu não teria nem obrigação de estar lá, mas nem os titulares estiveram presentes na sessão. O Jilmar Tatto estava lá porque ele coordena os meios de comunicação da Casa e foi chamado de última hora. Todo mundo achava que a reunião não iria acontecer", explicou Solla, em entrevista ao programa Fora do Plenário, da Rádio Salvador FM.
Braga pode ser cassado por ter empurrado e expulsado o integrante do Movimento Brasil Livre, Gabriel Costenaro, das dependências do Congresso no último dia 16 de abril. Na ocasião, o militante do MBL fazia uma transmissão online, quando provocou e ofendeu o deputado, a quem chamou de "burro" e "fraco", além de agredir verbalmente a mãe dele, que estava doente e morreu dias depois do episódio. Nas redes sociais, Costenaro usou o episódio para "provar" como a esquerda é "violenta".
"Eu até tentei controlar, quando ele [Costenaro] foi agressivo em relação à mãe de Glauber, mas ele perdeu completamente o controle. Agora, houve uma ação organizada para aprovar a admissibilidade do processo. No plenário eles não vão conseguir dar a facada que deram na comissão, não", projetou o petista que, embora negue a tentativa de obstrução, confirma que votará contra quando o processo for apreciado em plenário.
Glauber Guerra acusa o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), de articular a cassação do seu mandato. O relator do processo é o também baiano Paulo Magalhães (PSD), que refuta a hipótese de orquestração. Hoje, Gabriel Costenaro é candidato a vereador do Rio de Janeiro pelo Novo.
Confira a entrevista na íntegra: