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Suíca classifica eleição como 'trágica', não aponta culpados, mas aposta que PT 'vai se reinventar'

Suíca classifica eleição como 'trágica', não aponta culpados, mas aposta que PT 'vai se reinventar'

"Não estou aqui me lamentando, até porque eleição é feita de dois fatores: ganhar e perder. Existe a derrota politica e a derrota eleitoral. Eu tive derrota eleitoral, e não politica. Não se faz politica só no mandato", opinou o vereador

Por Evilásio Júnior

10/10/2024 às 14:27

Atualizado em 11/10/2024 às 19:26

Foto: Divulgação

Derrotado após três mandatos consecutivos na Câmara Municipal de Salvador, o vereador Luiz Carlos Suíca preferiu não crucificar supostos responsáveis, mas elencou uma série de fatores que culminaram no resultado do PT nas urnas da capital este ano. 

Detentor de quatro cadeiras na Casa – Marta Rodrigues, Arnando Lessa, Tiago Ferreira e o próprio Suíca –, o partido só conseguiu eleger um legislador, após um processo de tensão e ruptura de parte da militância com a candidatura majoritária capitaneada pelo vice-governador Geraldo Júnior (MDB), que teve como vice a petista Fabya Reis.

"O PT não conseguiu alcançar a meta, que era manter as quatro cadeiras. Marta tem todas as qualidades para fazer o bom debate, como sempre fez, mas, no geral, foi um negócio muito ruim para o PT. Uma pedra cantada, algo que já tinha sido chamado a atenção. Esse negócio da federação, a gente subestimou a composição de chapa, mas não pode culpar ninguém. O desempenho do PT foi o limite do limite. Foi o que nós poderíamos ter feito dentro das nossas limitações", argumentou o vereador, em entrevista ao Blog do Vila.

De acordo com Suíca, a responsabilidade pelo fracasso também não pode ser atribuída aos próprios postulantes. "Você tinha uma disputa majoritária em que o prefeito da cidade tinha um exército e que estava disposto a jogar duro. O número de vereadores eleitos dá um conforto extraordinário para ele. Agora, esse formato que a eleição municipal tem de bater de porta em porta e levar algo para as comunidades mais carentes, muitos de nós não tivemos. A cidade entendeu que precisava mudar os nomes, mas para a bancada de oposição foi trágico. Foi terrível. O PT poderia ter mantido a bancada com outros nomes e, mesmo com o crescimento do PSOL, de qualquer forma se perde Laina [Crisóstomo]. Não estou aqui me lamentando, até porque eleição é feita de dois fatores: ganhar e perder. Existe a derrota politica e a derrota eleitoral. Eu tive derrota eleitoral, e não politica. Não se faz politica só no mandato. Eu fiz política a vida toda, desde 16 anos de idade", disse o vereador, que retornará à coordenação jurídica do Sindicato dos Trabalhadores Em Limpeza Pública, Asseio, Conservação, Jardinagem e Controle de Pragas Intermunicipal (Sindilimp) após o fim do mandato.

Apesar da expectativa eleitoral frustrada, Suíca assegura que se mantém no PT, mas defende uma revisão no planejamento da sigla para evitar derrotas maiores nas próximas eleições. "A gente precisa repensar como vai se dar o processo para o futuro. Tenho certeza que o PT vai se reinventar. Ele sempre se reinventa, e é nisso que a gente aposta. Lógico que a gente vai continuar seguindo para colocar o Partido dos Trabalhadores no lugar que ele merece", enfatizou.

Com 7.168 votos, Luiz Carlos Suíca foi o segundo petista mais votado na chapa proporcional e, a partir de 2025, estará na segunda suplência da Federação Brasil da Esperança. O primeiro da fila é Hélio Ferreira (PCdoB), que conquistou 8.039 votos.