/

Home

/

Notícias

/

Política

/

Otto Filho defende prisão preventiva de Bolsonaro e indiciados, diz que 'não tem clima para anistia' e descarta vice em 2026

Otto Filho defende prisão preventiva de Bolsonaro e indiciados, diz que 'não tem clima para anistia' e descarta vice em 2026

Deputado federal do PSD se diz estarrecido com plano para matar Lula, Alckmin e Moraes: "Se isso fosse, por exemplo, nos Estados Unidos, com certeza esses caras já estariam presos [...] Se prender esses caras não for algo que realmente representa a necessidade de manter a ordem do Brasil, não sei mais o que pode ser"

Por Evilásio Júnior

22/11/2024 às 10:23

Foto: Evilásio Jùnior

O deputado federal Otto Alencar Filho (PSD-BA) se disse "estarrecido" com o relatório da Polícia Federal que indiciou 37 pessoas, nesta quinta-feira (21). Entre elas o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin), Alexandre Ramagem, e o comandante nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, bem como 25 militares, a exemplo dos ex-ministros e generais da reserva do Exército Braga Netto e Augusto Heleno e o almirante da Marinha Almir Garnier

Todos são acusados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, inclusive com um plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Nas mais de 800 páginas do documento, a PF coloca Bolsonaro como "articulador do golpe".

Na avaliação do parlamentar baiano, com as provas apresentadas, o STF teria que decretar a prisão preventiva dos envolvidos para garantir a ordem pública, como prevê o artigo 312 da Lei 5.349/67.

"A situação é extremamente grave. Eu acredito que você tem indícios indubitáveis da necessidade, para que a gente possa manter a ordem, de esses que foram indiciados sejam presos. Se isso fosse, por exemplo, nos Estados Unidos, com certeza esses caras já estariam presos. Então, eu fico realmente abismado", afirmou Otto Filho, em entrevista ao programa Fora do Plenário, da Rádio Salvador FM, ao destacar ainda a atuação "firme e corajosa" de Moraes no processo: "Alexandre de Moraes foi indicado na época pelo Michel Temer, é bom que se diga. E hoje eles estão reclamando de uma pessoa que foi indicada no passado pela extrema direita e que, na minha opinião, tem um mérito muito grande, porque foi o ministro que teve a coragem de enfrentar esses extremistas e hoje você está percebendo, assim como toda a população baiana e brasileira, que ele realmente tinha razão de ter essa postura", completou.

Anistia

De acordo com o deputado, devido às novas revelações, ruiu também a articulação dos apoiadores do ex-presidente no Congresso para aprovar o projeto de lei que anistia os condenados pela invasão às sedes dos três Poderes nos ataques de 8 de janeiro de 2023.

"Não tem mais clima para anistia. A partir do momento que você teve o 8 de janeiro, que é essa movimentação anacrônica que aconteceu naquele fatídico dia, e posteriormente a isso você está vendo pessoas influenciadas da forma errada, explodindo carros, se matando por causa de um conceito antidemocrático... aí depois você vê a Polícia Federal dizer que realmente esse grupo de bandidos tinha a intenção real de assassinar o presidente do Brasil, não tem como. Realmente, aí eu posso dizer com muita sinceridade que, se prender esses caras não for algo que realmente representa a necessidade de manter a ordem do Brasil, não sei mais o que pode ser", reforçou Alencar.

Em caso de condenação, os suspeitos podem pegar até 28 anos de prisão em regime fechado: de 4 a 12 por golpe de Estado; de 4 a 8 por abolição violenta do Estado Democrático de Direito e de 3 a 8 por integrar organização criminosa.

Eleições 2026

Em relação ao cenário local, Otto Filho refutou a hipótese de integrar a chapa majoritária em 2026, na condição de vice do governador Jerônimo Rodrigues (PT), que tentará a reeleição. O congressista defende a permanência do senador Angelo Coronel (PSD) na composição.

"Na minha opinião, eu na vice está descartado. Eu sou um homem de partido, sou um homem de grupo. Nós temos dois senadores da República, um é o senador Otto Alencar o outro é o senador Angelo Coronel, que tem o direito de ir para a reeleição. O grupo do PSD tem a intenção de manter esse espaço no Senado, haja vista que nós fomos extremamente importantes para a vitória de Jerônimo, de Rui Costa e de Jaques Wagner. Agora, a gente pretende que [a aliança] seja ainda mais profícua e longeva e, obviamente, precisa avaliar como é que a gente pode tornar essa configuração de 2026 mais capaz de vencer as eleições", pontuou.

Segundo o parlamentar, "provavelmente, sim", ele será candidato à reeleição para a Câmara dos Deputados.